Claudemir Pereira

Eles ainda são milhares, mas os dez maiores partidos perderam militantes

De março a junho deste ano, nos três levantamentos publicados pela coluna, verifica-se um vai e vem no número de filiados aos 29 partidos com existência legal em Santa Maria. Eram, no total, 25.868 em março. Crescimento residual se verificou no mês seguinte, chegando a 26.007. Pois agora, em junho, conforme os dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (e que são os únicos válidos, aliás), nova queda, agora um pouquinho mais significativa: são 25.677 os alistados em agremiações partidárias.

 
A novidade, se é que dá para dizer isso, é que agora a redução é generalizada. Nada menos que todas as 10 maiores siglas de Santa Maria, a começar pelo líder PT, apresentaram redução de sua militância. Nada que chegue a preocupar muito os dirigentes. A menos, claro, que se configure tendência permanente. O fato é que, hoje, esse grupo de elite dos partidos locais se vê ligeiramente menor.

 
Antes dos números de cada grei, um detalhe precisa ser colocado. Aqui se deu curso à informação, oriunda de militantes de vários lados do sempre agitado PDT, em que diziam haver novas filiações já garantidas. Se falou mesmo em 700 novos militantes.


Bueno... O fato é que, na Justiça Eleitoral, inclusive, há diminuição de pedetistas alistados. Eles eram 2.581 em abril e, dois meses depois, caíram para 2.546. Quer dizer, os filiados até podem existir, mas não para o TSE.

 
De todo modo, entre os 10 maiores partidos com vida oficial em Santa Maria, não houve modificação no ranking. Com uma peculiaridade: incluído o já citado PDT, não há um só, entre os 10, que ampliou seu contingente de militantes.


Confira, abaixo, a colocação do 1º ao 10º com, entre parênteses, o número de filiados em abril:


1º PT - 6.674 (6.748 em abril)
2º MDB - 3.416 (3.461)
3º PP - 2.765 (2.826)
4º PDT - 2.546 (2.581)
5º PSDB - 2.101 (2.122)
6º PTB - 1.824 (1.843)
7º União Brasil - 1.490 (1.513)
8º PSB - 792 (805)
9º Republicanos - 761 (771)
10º PL - 673 (679)


Mesmo com a redução, há outra questão que pode ser posta. Esse cerca de um terço de agremiações partidárias conta, em Santa Maria, com nada menos que cerca de 90% dos militantes oficializados. Um verdadeiro exército de admiradores “fichados”. Algo como 22 mil filiados. Pena que a maior parte apenas cartorial, como se sabe. Mas, apenas por hipótese, já imaginaram se todos eles fizessem, de fato, campanha por seus partidos? Com certeza, a política seria muito mais (e melhor) praticada.


As legendas que mandam no Brasil e no Rio Grande. E o “Consciência”


LÁ E CÁ - É verdade que há posições diferentes, tanto no Estado quanto no Brasil inteiro, quando se trata da posição de cada um. No entanto, há algo comum: observando-se os dados nacionais de filiação partidária tem-se que Santa Maria reproduz o cenário brasileiro, conforme os dados de junho, disponíveis no site do TSE.

 
Uma diferença importante é que, enquanto na Boca do Monte impera o PT, no Brasil e no Estado quem comanda é o MDB, em número de alistados. O que pode ajudar a fazer entender a importância do emedebismo, mesmo fracionado em trocentas correntes aqui e acima do Mampituba. Alias, mesmo no território gaúcho o desempenho do PT é significativamente menor, ficando na quarta posição apenas.

 
De todo modo, o próprio leitor faz a sua avaliação, conferindo os números da dezena de siglas que dominam o Brasil e o Estado, em junho passado:


Filiados no país:


1º MDB -  2.045.148
2º PT - 1.606.625
3º PSDB - 1.311.758
4º PP - 1.275.819
5º PDT  - 1.108.930
6º União Brasil -  1.049.609
7º PTB - 1.036.271
8º PL -  761.246
9º PSB -  620.444
10º Republicanos - 493.359


Filiados no Estado:  


1º MDB - 229.176
2º PDT - 219.221
3º PP - 198.684
4º PT - 131.530
5º PTB - 111.884
6º PSDB - 92.758
7º PSB - 57.483
8º União Brasil -  52.188
9º Republicanos -  29.852
10º PL -  25.666


CENTRO-DIREITA - Não consta na lista com filiados em Santa Maria, mais uma agremiação política conservadora que tenta se criar, e por enquanto ainda não passou pelo crivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O “Consciência Brasil”, que se diz de “centro-direita”, fez sua conferência estadual em Santa Maria na semana passada e tem até uma direção provisória, liderada pelo pastor Pedro Luiz Lemos. Ah, e qual o lema partidário, e que serve de pista sobre sua origem? Este: “Deus, família, independência e liberdade”.


Os dois grandes problemas que o emedebismo precisará resolver

Parece pouco. Mas o fato é que os dois problemas estratégicos que o MDB enfrenta, em relação a 2024, são grandões. Um é a definição da candidatura própria a prefeito. Outro, a formação da nominata de 22 concorrentes a vereador. Isso ficou plasmado na reunião do Diretório acontecida na fria noite da última segunda-feira.

 
Em relação à lista ao Legislativo, afora a questão política, que obriga o time a ser minimamente homogêneo e com qualidade para buscar votos ao menos para manter a bancada atual, há a aritmética. Sim, o MDB tem três homens já edis e com garantia de presença na nominata. Sobram 19 vagas, das quais sete obrigatoriamente para mulheres, e 12 do sexo masculino. E simplesmente num gênero há de menos, noutro demais. Como resolver tudo sem melindres?

 
Já na candidatura a prefeito, o busílis é outro. Do que o colunista conseguiu apurar, ficam claros dois pontos, por mais que negativas sobrevenham: um é que Beto Fantinel (foto), não importam bem localizadas resistências internas, é o único nome viável politicamente para ser apresentado a eventuais aliados. E o segundo é que, para de fato garantir a candidatura própria, tem que haver a chancela financeira do partido para a campanha. Sim, é isso. Santa Maria tem que estar, de fato, entre as prioridades estaduais. Do contrário, nada feito. E aí... Bem, e aí...



Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

O União Brasil e o terremoto político no pedetismo da cidade Anterior

O União Brasil e o terremoto político no pedetismo da cidade

O flerte do MDB com o provável sucessor do governo Pozzobom Próximo

O flerte do MDB com o provável sucessor do governo Pozzobom